“Se o ser humano soubesse que tem o controle de seu próprio espírito, mente, pensamentos e emoções, poderia evitar muitos sofrimentos.” (Manuel – Perdas e reencontros)
Por: Rita Ramos Cordeiro
Lançado em agosto pela Editora Lachâtre, o romance Perdas e reencontros, psicografado por Rita Ramos Cordeiro e ditado pelo espírito Manuel, traz um tema polêmico, mas muito atual e recorrente: o desaparecimento de pessoas, com enfoque no tráfico de pessoas.
O desaparecimento de pessoas é um fato grave e doloroso que abala toda a estrutura familiar, e esses familiares se dedicam a uma busca exaustiva. Nessa busca, muitos encontram desamparo, falta de apoio e enfrentam experiências traumatizantes.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2021 foram registrados 65.225 desaparecimentos, sendo que em média 40 a 50 mil são crianças e adolescentes, e esse número pode ser maior porque nem todos os desaparecimentos são registrados. Dessas crianças, cerca de 10% a 15% não retornam para casa.
As principais causas dos desaparecimentos de pessoas são: abuso sexual, maus-tratos, conflitos familiares, trabalho escravo, tráfico de órgãos, adoção ilegal, tráfico sexual, entre outros.
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgados em 2021 informam que pessoas do sexo feminino são o principal alvo. Das vítimas identificadas em nível global, quase 50% eram mulheres adultas e 20% eram meninas.
Crianças desaparecidas
No Brasil não existe um cadastro nacional de pessoas desaparecidas e nem campanhas que orientem os pais sobre estes desaparecimentos. A falta de informação e conhecimento faz com que se dificulte encontrar a criança em tempo hábil.
Causas
Nem sempre o desaparecimento de uma criança é provocado por terceiros ou um sequestrador. Muitas crianças fogem de casa pelo mau convívio familiar.
Outras causas colaboram para o desaparecimento dessas crianças, como adoção ilegal, crimes de pedofilia, estupro, prostituição infantil, dependência química e tráfico de crianças para o trabalho escravo infantil.
Geralmente as crianças desaparecem brincando na porta de suas casas, no caminho da escola ou da padaria, sozinhas, sempre muito próximas de casa. “Alguém oferece uma carona ou pede uma informação a essas crianças e elas não têm noção do perigo que estão correndo”, explica Ivanise Espiridião da Silva, presidente da Associação Brasileira de Busca e Defesa a Crianças Desaparecidas (ABCD/Mães da Sé).
Em casos de desaparecimentos, o registro e busca das crianças deve ser feito imediatamente por boletim de ocorrência. “Se a delegacia se recusar a iniciar uma busca imediata, os pais devem buscar o Conselho Tutelar ou a Corregedoria de Polícia”, orienta Ana Cláudia Machado, delegada do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas do Paraná.
“Quando a busca é imediata, se há espera de 12, 24 ou 48 horas, a probabilidade dessa criança não ser encontrada é muito maior”, complementa Ana Cláudia.
Segundo o site Desaparecidos do Brasil, cerca de 1,5 milhões de crianças, meninos e meninas, são traficadas todos os anos para exploração do trabalho infantil nas lavouras, na mineração, em fábricas, conflitos armados e trabalho de exploração sexual. Essa terrível exploração infantil é foco de uma crescente preocupação global. É comum englobar casos de crianças desaparecidas somando-as aos casos de raptos e sequestros, porque falta no Brasil um cadastro nacional de desaparecidos eficiente, assim como de um sistema de informatização e comunicação integrado entre as polícias municipais, estaduais e a Polícia Federal, dificultando precisar o número exato das vítimas do tráfico de seres humanos entre os registros de desaparecimento de pessoas.
Prevenção
Os pais e responsáveis precisam ficar atentos às crianças e a atenção deve ser redobrada.
A Polícia Militar do Estado de São Paulo orienta que tirar documento de identidade da criança é de extrema importância para elas poderem ser identificadas civilmente. Algumas dicas preventivas da Polícia Militar aos pais, para orientarem as crianças: — não aceitar presentes nem carona de estranhos ou de pessoas que elas não conheçam bem; — rejeitar doces, dinheiro, presentes e convites de estranhos; — nunca falar ou responder a qualquer pergunta que estranhos façam, mesmo se eles souberem seu nome; — recusar ser levado por uma pessoa que você não conheça muito bem, mesmo se tiver perdido o ônibus ou estiver atrasado para ir ou retornar a escola; — comunicar o que aconteceu a um dos pais ou a outro adulto de confiança. Tentar lembrar a aparência da pessoa, o modelo, a cor e, se possível, o número da placa do carro; — saber seu próprio endereço e número de telefone do local onde um dos pais possa ser encontrado.
Como orientar adolescentes
Para os adolescentes, recomenda-se: — ter em mãos o endereço e telefone de sua casa; — ter em mãos o endereço e telefone de onde encontrar os pais ou responsáveis; — ligar imediatamente para o 190 da Polícia Militar em qualquer movimento de pessoas estranhas; — não manter contato via internet, com qualquer pessoa estranha; — não oferecer informações sobre seu cotidiano, endereço e telefone via internet para estranhos; — não marcar encontros em locais isolados via internet, sempre em locais públicos. É dever da sociedade colaborar para a segurança das crianças, procurando ter atenção para situações de violência, negligência e abandono, e registrar denúncia discando para 181 ou 190.
A conscientização e prevenção dos responsáveis, cuidadores e de toda a sociedade pode evitar o aumento das estatísticas do desaparecimento infantil. O tráfico de pessoas é um comércio rentável e viola os direitos fundamentais do ser humano, pois priva vidas, por recrutamento, transporte de pessoas, ameaças, uso de forças ou coerção, rapto, engano, abuso de poder etc.
Conforme o último Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas da UNDC de 2020, especialistas concluíram que a pobreza e o desemprego são as principais razões pelas quais as pessoas se tornam vítimas do tráfico de pessoas, sobretudo do trabalho forçado, e ainda 37% das vítimas conhecem seus aliciadores.
O papel da espiritualidade
Mais do que um meio de informação e prevenção sobre o desaparecimento de pessoas, o espírito Manuel, através do romance espírita Perdas e reencontros, traz um alerta para reforçarmos a base estrutural familiar, como edificação na educação, evolução e cuidado com as crianças e adolescentes.
De uma forma simples e de fácil entendimento, os benfeitores espirituais orientam os encarnados a persistirem no orar e vigiar, para não sucumbirem ao assédio dos espíritos equivocados que, no atual e importante momento de transição planetária, mantêm sintonia com parte dos encarnados, atuando para praticar o mal. Por outro lado, em maior número, espíritos do bem se dedicam a neutralizar tais ataques.
Perdas e reencontros mostra, através de seus personagens, que a Espiritualidade Maior atua incansavelmente, respeitando o livre-arbítrio do ser humano, sem deixar de alertá-los sobre a presença do mal. Procura conscientizá-los e orientá-los para despertarem boas vibrações, prática do bem, sentimentos elevados e, em especial, cuidado com a família, crianças e jovens.
É preciso vigiar e orar sempre. A luta necessita ser diária para serem vencidas as más tendências da alma imperfeita, modificando para melhor o teor dos pensamentos, de modo que a sintonia negativa não seja aproveitada em benefício dos espíritos infelizes e atrasados, os quais prejudicam a humanidade que ainda atende aos impulsos inferiores.
Confira o livro aqui
0 Comentários