Por Laura Bergallo
A vida traz gratas surpresas, ainda mais quando estamos abertos a recebê-las como bênçãos.
E é assim que, tendo lançado no já longínquo ano de 2002 a primeira edição de O Livrinho dos Espíritos, tenho sido surpreendida e abençoada com um resultado muito além do que eu sequer poderia imaginar.
O projeto de fazer uma adaptação para crianças e jovens da notável obra que é o Livro dos Espíritos, começou, há mais de vinte anos, de forma singela e com objetivos bastante despretensiosos: ao ter a ideia de aproveitar minha experiência de mãe e, ao mesmo tempo, de escritora para o público infanto-juvenil, para trabalhar esse texto fantástico de Kardec, minha intenção inicial era apenas facilitar aos meus dois meninos o acesso aos conceitos tão habilmente descritos e analisados na obra. No máximo, eu esperava contribuir para a melhor realização de alguns cultos no lar, no nosso modesto círculo de relacionamentos, proporcionando aos amigos e pessoas próximas uma facilidade maior em transmitir a suas crianças e adolescentes ideias e ideais tão nobres.
Mas nós, escritores, sabemos que um livro, ao ser publicado, já não nos pertence mais. Como os filhos quando crescem, nosso texto impresso e distribuído passa a pertencer ao mundo. E perdemos o controle sobre o que acontece com ele a partir daí.
E O Livrinho dos Espíritos saiu voando. Voou alto, se espalhou no meio espírita e até mesmo fora dele. Voou tão longe que ganhou também edições em francês e inglês, alcançando crianças e jovens de outras paragens, auxiliando nos estudos tanto nos cultos no lar quanto nas evangelizações promovidas nas casas espíritas, por todo o Brasil e no exterior.
Confesso que fiquei surpresa. Sim, eu imaginava que tornar O Livro dos Espíritos acessível a um público mais jovem seria uma ideia útil e muito bem-vinda. Mas nunca imaginei o alcance que a obra teria. Muitas e muitas edições se sucederam, milhares de exemplares foram distribuídos e, além da alegria de modestamente contribuir para a divulgação da nossa iluminada Doutrina Espírita, me senti gratificada pelo fato de os resultados financeiros decorrentes desse sucesso de vendas estarem ajudando obras sociais espíritas, em favor das quais sempre doei integralmente (e continuo doando) todos os direitos autorais gerados por essas vendas.
E a expectativa quanto ao futuro é a melhor possível. Agora numa nova casa editorial – a Editora Lachâtre – o livro recebe nova roupagem, muito moderna e profissional, que com certeza contribuirá ainda mais para seu sucesso entre os jovens leitores e para que a obra alcance mais evangelizadores e mais casas espíritas, indo assim muito além do modesto objetivo inicial desta autora.
É muito importante destacar, finalmente, que esse mérito é todo de Kardec e dos espíritos que o auxiliaram na construção dessa obra basilar da Codificação, restando a esta autora, sempre respeitando o que os verdadeiros autores tiveram a intenção de transmitir, tentar aproximar o texto da compreensão e do universo de crianças e adolescentes, contribuindo assim para que o livro continue voando cada vez mais alto e cada vez mais longe.
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